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As imagens do menino, divulgadas pelo grupo de oposição Aleppo Media Center, mostram a criança sendo levada para uma ambulância, onde fica sentada com olhar atordoado e com parte do rosto coberta em sangue.
No vídeo, ele passa a mão no rosto e examina as manchas de sangue antes de limpar a mão na cadeira.
Depois, as equipes de resgate trazem duas crianças e um homem, também feridos no ataque.
Segundo os relatos, Omran Daqneesh está se recuperando com a família.
"A face atordoada e ensaguentada de uma criança sobrevivente resume o horror de Aleppo", disse Adib Shishakly, que integra o grupo de oposição Conselho Nacional Sírio.
No ano passado, a imagem do menino sírio Alan Kurdi, de três anos, que morreu afogado na travessia do Mar Mediterrâneo e terminou sendo levado pela maré para uma praia na Turquia, chamou atenção para a situação dos refugiados sírios que deixam o país por conta do conflito.
Segundo o Unicef, cerca de 100 mil crianças vivem em áreas sob controle rebelde em Aleppo.
Em um relatório publicado em março, o braço da ONU para a infância estima que cerca de 3,7 milhões de crianças - uma em cada três no país - não conhecem outra realidade além do conflito que já dura cinco anos.
O enviado da ONU, De Mistura, estima que 400 mil pessoas tenham morrido no conflito sírio. Centenas de pessoas, só nas últimas semanas em Aleppo, segundo organizações que monitoram o conflito.
Dividida entre o oeste, controlado pelo governo, e o leste, dominado por rebeldes, a cidade é palco de uma disputa sangrenta que já dura quatro anos.
A batalha se intensificou desde que distritos controlados por rebeldes foram cercados em julho, explicou Shashank Joshi, pesquisador-sênior do Royal United Services Institute, em artigo na BBC.
"Estima-se que de 250 mil a 300 mil civis estejam presos em partes de Aleppo que estão sob controle rebelde desde julho. E os governos sírio e russo têm se demonstrado dispostos a conduzir bombardeios aéreos em áreas civis, enquanto rebeldes conduzem ataques, na maioria das vezes ataques de artilharia, em áreas populosas. Hospitais têm sofrido, intensificando a crise humanitária", escreveu Joshi.
REUTERS'Insatisfação profunda'
Nesta quinta-feira, Staffan de Mistura condenou os dois lados do conflito, dizendo que os combates impediram que os comboios humanitários chegassem à cidade no último mês.
De Mistura disse que abandonou uma reunião em Genebra após apenas oito minutos, "como sinal de profunda insatisfação com a falta de pausa" no conflito.
"Na Síria, o que estamos ouvindo e vendo são apenas ofensivas, contraofensivas, foguetes, bombas, canhões, napalm, cloro, atiradores, ataques aéreos, ataques suicidas a bomba", disse.
"Nenhum comboio humanitário alcançou qualquer das áreas dentro do cerco. Nenhum. Por quê? Por uma razão: os combates. A prioridade nesse momento, claramente pelo que podemos ver, são os combates."https://blogdolindorjj.blogspot.com.br/?spref=fb














